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Meninas, o meu post hoje será um pouco longo... Faz tempo que estou lutando contra mim mesma para não falar sobre isso, mas Deus não está deixando. Acredito que se Ele quer tanto que fale aqui sobre isso é porque alguém vai se identificar com minha história. Esse blog é meu, um momento meu, ninguém da minha família sabe o endereço, nem nome, nem nada... Aqui é meu refúgio para contar para todas vocês o que acontece e eu não tenho coragem de contar pra mais ninguém.
Não é de intuito religioso, nem com intenção de converter ninguém! É uma história sobre o amor de Deus com a gente.
Quero que vocês saibam que isso que vou contar aqui não vai ser fácil, lutei contra isso, mas acredito que seja da vontade de Deus que vocês saibam. Muitas podem achar bobeira, outras podem achar que não tem nada a ver, mas se minha postagem tocar o coração de uma apenas, já estou feliz e satisfeita.
Primeiro é importante que vocês saibam que sou convertida desde os 10 anos de idade. Minha mãe se converteu evangélica e "carregou" a gente junto. Mais tarde vocês vão entender o por que da aspas.
Bom, sendo assim, a história foi seguindo. Hoje, graças a Deus temos uma grande comunidade de evangélica no Brasil, mas há 16 anos atrás éramos grande minoria, eu sofria muito na escola, quase não tinha amigos porque ninguém queria se aproximar da única pessoa da escola que era "diferente".
É importante vocês saberem disso para que saibam que o que eu passei com essa idade também não foi fácil.... Não bastasse as coisas da escola, passava situações dificílimas em casa, não vou detalhar porque já foi tudo perdoado e esquecido, mas foi difícil. Não entendia o que tinha de tão especial em ser crente, se todas as outras pessoas que não eram, eram mais felizes do que eu.
Fui crescendo, e na verdade acho que nunca tinha me convertido de verdade, ia na igreja por ir, nada do que era dito lá me tocava, ficava reparando nas pessoas, no que elas vestiam, em como elas se comportavam e nada do que o pastor ensinava entrava em meu coração. Por isso que disse que minha mãe carregou a gente junto com ela... Eu ia porque era obrigada, não porque gostava ou me sentia bem lá. O tempo foi passando e quando cresci e fiquei mais moça, com meus 17 anos, decidi abrir o jogo com minha mãe, falei que não queria mais ir ma igreja porque simplesmente não sentia nada enquanto estava lá. Era frio pra mim. Minha mãe disse que estaria orando por mim, e que se era isso que queria, que fosse assim então.
Parei de vez de ir na igreja, esqueci a bíblia, deixei de lado tudo que me lembrava a fase de "crente", saí com minhas amigas, aproveitei, beijei muitas bocas sem significar nada pra mim, fiz coisas que hoje me arrependo e peço desculpas todos os dias... Mas era virgem, viu meninas, isso foi uma coisa que eu protegi muito... Acho que já era Deus cuidando de mim.
Vivi assim até os meus 20 anos quando comecei a namorar. O amor de Deus é tão grande que mesmo revoltada e desviada da igreja, Ele me protegeu e me abençoou com um marido maravilhoso.
Casamos, fiz questão de casar com a benção do pastor e foi isso...
Decidimos ter um filho, e eu continua em cima do muro... Não era crente, nem "descrente", não sabia o que queria pra mim.
Engravidei. Descobri a gravidez dia 06/08/2012. Estava radiante, mas era um sentimento diferente do que senti quando descobri que carregava o Arthur.
Dia 13/08/2012 sentei com meu marido e disse que não estava feliz e que queria voltar a frequentar a igreja, e naquele mesmo dia comecei com um sangramento intenso.
Me lembro que liguei pra minha mãe e ela veio.. Quando chegou em casa, a primeira coisa que ela fez foi orar comigo e na oração ela disse: Senhor, faça sua vontade na vida da Thaís e desse bebê. Eles estão em suas mãos...
Meninas, nessa hora eu senti uma paz que não sei explicar... Deus me consolou ali. Já sabia que meu filho não estava mais comigo. Só o seu minúsculo corpinho.
Foram 6 dias de internação, inúmeras idas ao GO para fazer ultra, até o dia que o GO disse que meu bebê não tinha batimentos... e que com a idade gestacional que eu estava (7 semanas) já era pra ter alguma coisa.
Marcamos então a curetagem. Do dia que comecei a sangrar até o dia que fiz a curetagem, sempre ouvia uma voz me dizendo que "se eu era filha de Deus, porque aquilo estava acontecendo comigo?", "que a perda do meu filho foi culpa de Deus, que Ele não me amava e por isso tinha me abandonado." O mais engraçado é que nunca me senti assim... Sabia que era sim filha de Deus, e que aquilo era obra dele na minha vida... Não entendia o porque ainda, mas sabia que tudo tinha um propósito. Nunca, nem por meio segundo eu blasfemei, nunca culpei Deus, agradecia todos os dias por Ele cuidar de mim.
O que era engraçado vindo de uma pessoa que sequer orava.
Passei pela curetagem e foi uma fase muito difícil, mas sentia que Deus me carregava no colo nos dias de mais dificuldades... Nunca me senti só... Ele estava sempre comigo.
Conforme os meses foram passando, eu entendi finalmente os propósitos Dele na minha vida....
Minha mãe sempre disse que alguns vêm pelo amor, outros pela dor. No meu caso, vim pela dor.
Bom seria se todos nós ouvíssemos o chamado de Deus logo na primeira vez... Eu não vim, lutei, me fiz de desentendida e o Pai me trouxe até ele pela dor.
Meninas, Deus não castiga a gente, ele não nos pune por atos que cometemos, mas ele nos dá duas opções, vir a ele por amor, ou pela dor.. Infelizmente muitas pessoas escolhem a segunda opção.
Hoje não vou dizer pra vocês que estou indo todos os dias na igreja. Estou me considerando uma nova convertida! Ainda é difícil fazer meu marido se acostumar com a ideia, afinal nunca fui antes... nem quando namorávamos.
Quando olho pra trás e vejo tudo que fiz, consigo enxergar a proteção de Deus sobre mim. Abusava mesmo, fazia coisas que eram perigosas demais. Mas Deus sempre cuidou de mim.
Na verdade não sei porque estou contando isso, mas acho que pelo menos uma de vocês está precisando ler essa história, saber que alguma vezes achamos que Deus nos abandonou, mas Ele nunca abandona um filho, por mais rebelde que seja.
Hoje falo coisas que não sei como saem da minha boca, às vezes até nos blogs de vocês, comento e depois não sei de onde tirei aquelas palavras. Acredito que Deus tem me usado para falar palavras de conforto para as meninas que precisam.
Nunca fiz 2 posts no mesmo dia, mas hoje não teve jeito. Tinha que vir aqui postar esse.
Espero que tenha tocado o coração de algumas de vocês...
Beijooos
|Thatha